segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Bolo de Café e o livro Indignação, de Philip Roth


Olá, leitores queridos, espero que todos estejam bem! 
Eu estava à procura de receita de um bolo que fosse gostoso e não levasse muita gordura. Acabei por optar por esta, mas a receita original deixava a desejar, quanto ao sabor do café, que ficava imperceptível. Então eu alterei alguns dos ingredientes (e é por isso que não vou citar a fonte da receita)

 Bolo de Café

 Ingredientes

3 ovos inteiros
220g de açúcar
220g de farinha
50g de fécula de batata (substituí por amido de milho)
10g de cacau em pó
110ml de óleo de cozinha
120ml de água fervente
3 colheres de sopa de café instantâneo granulado
1 colher de sopa rasa de fermento em pó para bolos
½ colher de chá de extrato de baunilha

1 pitada de sal 

Preparo

Unte uma forma, de furo no meio, de 24 centímetros, com spray desmoldante ou com manteiga e farinha. Reserve a forma. Prepare o café juntando a água fervente com o café instantâneo e dissolvendo-o bem. Ponha-o de lado. Numa tigela, peneire a farinha, a fécula, o sal, o cacau e o fermento. Ponha esta tigela de lado também. Na batedeira, bata os ovos inteiros com o açúcar e a baunilha, por 10 minutos. Junte o óleo e o café preparado, batendo por mais 2-3 minutos. Fora da batedeira, verta o batido sobre a mistura de ‘farinhas’ e combine tudo, com um fouet. Despeje a massa na forma preparada e leve-a ao forno, a 180ºC, por cerca de 40 minutos (faça o teste do palito). Depois de assado e esfriado, polvilhe o bolo com açúcar de confeiteiro e sirva-o (fiz isso, mas retirei o açúcar e cobri o meu bolo com ganache, que eu acho que combina mais).



O livro lido na semana:
 

 Indignação, de Philip Roth

A estória só confirma o que muitos de nós já percebemos, ou seja, que pequenos atos, palavras aparentemente insignificantes... podem resultar em grandes tragédias! Isso, aliás, é expresso nas linhas do romance.

Uma família judia, composta pelo pai, açougueiro-kosher, a mãe, dona de casa, que muito ajuda o marido no açougue. E o filho único, de nome Marcus Messner, desde a infância, muito responsável e obediente, vivem em Newark, New Jersey

O menino – ótimo aluno -, também trabalha no açougue, nas horas em que não estuda. E a família vive numa feliz harmonia.

Contudo, quando o rapaz chega à adolescência e à fase em que deve adquirir mais autonomia e liberdade, inclusive por ter ingressado numa universidade, o pai passa a agir como se tivesse sido tomado por um demônio, que se manifesta infundido nele um medo irracional de que o filho seja vítima de algum dos perigos da vida. O velho passa a temer – fortemente - que o rapaz,  sempre tão correto e promissor, venha a se desviar do caminho que todos sonharam para ele.

E a coisa chega a tal ponto, que Marcus, para fugir ao controle paranóico do pai, transfere-se da universidade local para outra, em estado relativamente distante. Isso ocorre em 1951, segundo ano da guerra entre EUA e Coreia.

A guerra tem importância na estória, porque Marcus, como todos os jovens aptos, em sua faixa etária, só tinha se livrado – até aquele momento – da obrigação de servir ao exército e de ser enviado à Coreia, justamente pelo fato de ser ótimo aluno e uma promessa de bem sucedida carreira acadêmica e profissional.

Mas o jovem ainda estava iniciando o 2º ano do curso escolhido, na ‘nova’ universidade, e a possibilidade de ser obrigado ao alistamento, bem como ao posterior envio à guerra, era uma permanente ameaça.

E aí ocorre algo – banal – que leva as coisas a desandarem completamente. E esse algo era o obrigação, imposta a todos os alunos da universidade, de assistirem – na capela do câmpus - a um certo número de cultos cristãos, exigência imprescindível para que o aluno pudesse formar-se. 

O jovem, nascido em família judaica, era ateu e achava a tal obrigação arbitrária e ilógica. E ele já havia lido o ensaio de Bertrand Russell “Por que não sou cristão”, que reforçara a descrença dele.

Nos, entrementes, o rapaz vira-se forçado a mudar de quarto, na universidade, por causa de um colega chato, que o impedia de estudar. O novo companheiro de dormitório era introspectivo e calado, mas comete o erro de fazer um comentário infeliz sobre a moça com quem Marcus tivera um encontro. E Marcus sentira-se tão ofendido, que se vira impelido a mudar uma segunda vez de quarto.

A moça da questão fazia algumas matérias com Marcus, era bonita e filha de médico, mas no passado recente, tentara o suicídio.

Quando Marcus é chamado para apresentar-se ao diretor de alunos (uma espécie de orientador acadêmico), este o questiona sobre as duas mudanças de dormitório – em tão pouco tempo - e também sobre a recusa do rapaz em assistir aos serviços religiosos cristãos.

O aluno e o diretor acabam tendo uma altercação (dando o diretor a entender que Marcus era  truculento e de difícil convívio)  e o jovem decide então fazer o mesmo que faziam os outros alunos judeus: pagar - para que alguém assistisse, secretamente, claro, aos cultos por ele.

Todavia, um incidente ocorrido na universidade, e o fato de o diretor ter descoberto que Marcus estava pagando a alguém para ir à capela por ele, combinam-se para que o diretor o expulse.

E o jovem, então, decide ir para a guerra...


19 comentários:

Pedrita disse...

nossa, bolo de café!! amo tudo que vai café. e que linda a foto!!! indignação eu só vi o filme que comentei aqui https://mataharie007.blogspot.com/2017/07/indignacao.html
um livro que um ato aparentemente infantil e inocente pode virar uma tragédia é reparação do ian mcewan. quando não há reparação. beijos, pedrita

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz, querida amiga Marly!
Há tanto tempo não como uma fatia de bolo de café. Bateu vontade de fazer um pequenino para saborear.
O ganache dá um sabor todo especial, querida.
Café com bolo e livros tem tudo a ver.
Como sempre uma delícia de post em todos os sentidos.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho e gratidão

Prata da casa disse...

Wow! Este livro parece incrível! Vou já pesquisar para o poder comprar. Obrigada por mais esta maravilhosa sugestão.
Quanto ao bolo, ficou não só muito bonito, como deve ser muito bom. Gosto muito de bolos de café e este parece muito bom.
Bjn
Márcia

Dalva Rodrigues disse...

Que trama...achei super interessante a sugestão do livro! O medo dos pais pode ser muito prejudicial, eu mesma já estive um tanto paranoica no tempo de fundamental 2 do filho, tinha um maldito que o perseguia, interferiu não só na vida dele como a minha.

O bolo ficou maravilhoso e com um corte muito apetitoso, adoro tudo sabor café! O serviço (sei lá se é assim que se chama) vermelho está maravilhoso, bela foto!
Abração, Marly! E vamos de desfile hoje, oremos!

São Ribeiro disse...

Esse é o bolo perfeito para o lanche.
Gostei do que li sobre o livro deve ser super interessante.
Boa semana Marly

Vanessa disse...

Oi Marly, tudo bem?
Curti a capa do livro mas, não é uma leitura que farei atualmente. Quem sabe num outro momento, né?:!
Quanto ao bolo eu amei, sempre gostei de fôrmas assim bem desenhadas apesar de comigo grudar quando uso esse tipo de fôrma então faço nas simples mesmo.
Beijos.


https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

Denise disse...

Nossa, que bolo lindo, que postagem linda! Fiquei salivando aqui.
Estou doidinha para comprar uma forma de bolo desta toda trabalhada. O bolo fica lindo! Mas é bem carinha, né? Estou me programando.
Quem sabe eu faço esta delícia no final desta semana. Se fizer, te mostro.
Abraços e ótima semana!
http://dedeartes-denise.blogspot.com

Jovem Jornalista disse...

Yuummy! Fiquei com vontade de experimentar!

Boa semana!

O blog está em Hiatus de Inverno entre 02 de agosto e 02 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período.

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Receitas e Truques da Clarinha disse...

Adoro bolo com café.
Deve ter ficado divinal.

Beijinhos,
Clarinha
http://receitasetruquesdaclarinha.blogspot.com/2021/08/papas-de-aveia.html

Luma Rosa disse...

Oi, Marly!
Faz um tempo já que fiz um bolo que um dos ingredientes era café instantâneo e outro ingrediente era banana amassada. Acho que ia castanhas também. Agora vou levar a sua receita para testar. Amo tudo que vai café!! :)
Esse livro deve ser muito bom, levando em consideração o autor ser um dos melhores do século passado. Mas uma pessoa não muito amável com suas esposas, apenas com suas amantes (rs*). Li um livro da Claire Bloom que ela conta o período que foi casada com ele. Terminei com uma impressão não muito boa dele. Por isso muitas vezes não gosto de saber da vida pessoal dos autores.
Beijus,

Denise disse...

Oi, Marly!
Semana que vem farei a postagem deste bolo no meu blog, amiga. Comprei a forma e fiz. Ficou lindo!
Abraços e ótima semana!
http://dedeartes-denise.blogspot.com

Anajá Schmitz disse...

Que delicia! Adoro bolo e seu são divinos.
Bjos!

Vanessa disse...

Oi Marly, tudo bem?
passando para saber como está?
Beijos.



https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

Adelaide Araçai disse...

Oi, sabe eu adoro bolo sabor café quase senti o sabor aqui.... adorei a dica do livro já anotei para leitura futura.
Agora estou lendo O rouxinol - ambientado na França tomada pelos Alemães durante a segunda grande guerra, com um ótimo embasamento histórico faz a gente refletir muito.

Muita Luz e Paz
Abraços

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Que bolo maravilhoso, Marly.
Minha vontade é de ir direto para a cozinha, e tentar fazer um igual. mas vou ter que adiar, porque estou tendo que evitar a cafeína.
Indignação foi um dos livros que li, do Phillip Roth. Comecei pelo maravilhoso Um Homem Comum.
Beijo.

Rajani Rehana disse...

Beautiful blog

Rajani Rehana disse...

Please read my post

Camila Faria disse...

O bolo está com uma aparência linda, fiquei morrendo de vontade de uma fatia por aqui. :)
O livro me pareceu bem tenso e interessantíssimo Marly, adorei a indicação.
Um abraço!

Denise Aparecida da Silva Garcia Pereira disse...

Oi, querida!
Finalmente consegui fazer o bolo e postei.
Passa lá no blog pra ver como ficou.
Abraços e ótima semana!
http://dedeartes-denise.blogspot.com

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