Tendo a minha mãe alcançado a quarta idade (mais de 80 anos), comecei a pensar seriamente no envelhecimento. E, talvez por vir pensando nisso, chamaram-me a atenção, muitas vezes, nesses últimos tempos, questões que envolvem idade. Poucos dias atrás eu li num jornal online, que uma senhora de mais de 40 anos – recém admitida num curso superior – foi vítima de zombarias, das colegas mais jovens.
Agora vejam, 40 anos (jovem ainda, com certeza) e passando por humilhações apenas por ter umas poucas décadas mais do que as colegas!
Coisas assim sempre me levam a reflexões sobre as desvantagens da juventude. A maior delas, em minha opinião, é justamente a falta de sabedoria.
E a falta de sabedoria no jovem é igual a falta de conhecimento no ignorante, ambos ignoram o que lhes faltam.
Nossa falta de sabedoria na juventude nos leva a cometer muitos erros. E decorre disso ditados como o que diz:
“Passamos a primeira metade de nossas vidas cometendo erros, e a segunda tentando corrigir os erros cometidos”.
Na juventude a gente também possui uma ilusão de imortalidade, misturada a uma sensação de que seremos sempre jovens.
Eu até acho que as coisas têm mesmo que ser assim, dentro de certo limite. Se fôssemos mais sábios quando jovens, isso provavelmente nos impediria de realizar ações mais ousadas (ou temerárias, vá lá), que muitas vezes são necessárias para a renovação das coisas da vida.
No entanto, a falta de sabedoria nunca é vantajosa, pelo contrário. E o preconceito contra os mais velhos é pura tolice, já que o envelhecimento é o caminho natural dos que têm o privilégio de viver mais. E isso sem falar que a única alternativa ao envelhecimento é morrer jovem.
Por tudo isso, convém aos jovens pensar no envelhecimento com mais discernimento, pois, se tiverem sorte, chegarão em breve à velhice também.