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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Peras no licor de framboesa e as cartas de Elizabeth Bishop.




Olá, meu povo!

Como têm passado? Espero que muito bem!

Nem vou tentar justificar a minha ausência por aqui, porque ela foi motivada pelas razões já alegadas nos últimos posts.

Poderia dizer que venho me sentindo como se tivesse sido transportada para um universo paralelo e surreal, mas... vamos deixar isso pra lá, rsrs.   Tenho cozinhado e lido um bocado.

Estas peras ao licor de framboesa foram feitas em julho. Quis prepará-las por estar encantada com a cor do licor, um vermelho que parecia combinar o magenta com o sanguíneo.

Sobremesas com frutas são sempre uma boa ideia, especialmente se a fruta é a alma e o corpo da iguaria, como é o caso. E esta sobremesa tem a vantagem de ser muito fácil de fazer, como se pode ver na receita.

Aqui no blog já foram publicadas outras receitas iguais a esta, em que as peras são cozidas em caldas doces e - muitas vezes -  alcoólicas, com temperos adicionais. Elas são chamadas também de 'Peras bêbadas' ou 'Peras à la Belle Hellene (estas são servidas com uma calda de chocolate).


Peras no licor de framboesas

Ingredientes

4 peras médias - não muito maduras - descascadas (mantenha os cabinhos das peras, se possível)
3 xícaras de água (se preferir, reduza a quantidade de água e aumente a do licor)
1 xícara de licor de framboesas (pode ser substituído por vinho tinto)
1 xícara de açúcar
1 pau de canela e
6 cravinhos da índia*

Preparo

Numa panela média, misture a água o licor e o açúcar. Junte o pau de canela e os cravos. Leve a panela ao fogo médio, até que a calda chegue à fervura. Junte as peras e deixe que cozinhem por uns 15-20 minutos (ou até que fiquem macias).  Vire as peras na metade do tempo de cozimento.  Passe-as para uma tigela, para que esfriem. E reserve a calda para ser servida juntamente com as frutas (se desejar, deixe que a calda apure mais um pouco, no fogo médio, para que ela fique mais encorpada).
·       
         *  canela e os cravos podem ser substituídos pela raspa de uma fava de baunilha (ou 1 colher de sobremesa de  extrato de baunilha), ou por outras especiarias à escolha.  


As cartas de Elizabeth Bishop 




Estou lendo este livro de cartas da poeta norte americana Elizabeth Bishop (Uma arte, as cartas de Elizabeth Bishop). Eu o recomendo por mais de uma razão, mas ele tem me irritado tanto, que já intercalei várias outras leituras a esta. Trata-se de um calhamaço de quase oitocentas páginas, recheado de cartas da autora para várias personalidades ligadas à literatura (mas não só), especialmente à norte americana.

Bishop viveu no Brasil por quase vinte anos e chegou a escrever, sob encomenda, um livro sobre o país (que mesmo na época do lançamento ela renegou veementemente!).

Então é muito interessante a gente ler as menções às figuras intelectuais, políticas e sociais da época (entre os anos 50 e 70), segundo os pontos de vista da escritora, que teve contato próximo com essas pessoas.

Mas sobressai da obra uma visão mesquinha do Brasil e um - aparentemente - total desconhecimento da ingerência dos EUA no país e na América Latina.



Nas cartas com menções ao Brasil, tenho me visto, frequentemente,  mandando a autora (que já morreu) às favas (ou a lugares piores, rsrs). Para Bishop tudo no país era ruim e mal feito. O brasileiro era tolo e inepto, além de feio... enfim...

Mas fica aí a sugestão de leitura desta obra. Ela contém registros históricos interessantes, apesar da limitada compreensão da autora sobre os temas abordados.

O curioso é que Bishop, tão inteligente, NÃO compreendeu o Brasil. E, a bem da verdade, em muitos aspectos, nem os EUA, país em que nasceu!






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