Olá, meu povo!
Como têm passado? Espero que muito bem!
Nem vou tentar justificar a minha ausência por aqui, porque ela foi motivada pelas razões já alegadas nos últimos posts.
Poderia dizer que venho me sentindo como se tivesse sido transportada para um universo paralelo e surreal, mas... vamos deixar isso pra lá, rsrs. Tenho cozinhado e lido um bocado.
Estas peras ao licor de framboesa foram feitas em julho. Quis prepará-las por estar encantada com a cor do licor, um vermelho que parecia combinar o magenta com o sanguíneo.
Sobremesas com frutas são sempre uma boa ideia, especialmente se a fruta é a alma e o corpo da iguaria, como é o caso. E esta sobremesa tem a vantagem de ser muito fácil de fazer, como se pode ver na receita.
Aqui no blog já foram publicadas outras receitas iguais a esta, em que as peras são cozidas em caldas doces e - muitas vezes - alcoólicas, com temperos adicionais. Elas são chamadas também de 'Peras bêbadas' ou 'Peras à la Belle Hellene (estas são servidas com uma calda de chocolate).
Peras no
licor de framboesas
Ingredientes
4 peras
médias - não muito maduras - descascadas (mantenha os cabinhos das peras, se possível)
3 xícaras de
água (se preferir, reduza a quantidade de água e aumente a do licor)
1 xícara de
licor de framboesas (pode ser substituído por vinho tinto)
1 xícara de
açúcar
1 pau de
canela e
6 cravinhos
da índia*
Preparo
Numa panela
média, misture a água o licor e o açúcar. Junte o pau de canela e os cravos.
Leve a panela ao fogo médio, até que a calda chegue à fervura. Junte as peras e
deixe que cozinhem por uns 15-20 minutos (ou até que fiquem
macias). Vire as peras na metade do
tempo de cozimento. Passe-as para
uma tigela, para que esfriem. E reserve a calda para ser servida juntamente com
as frutas (se desejar, deixe que a calda apure mais um pouco, no fogo médio,
para que ela fique mais encorpada).
·
* canela e os cravos podem ser substituídos
pela raspa de uma fava de baunilha (ou 1 colher de sobremesa de extrato de baunilha),
ou por outras especiarias à escolha.
As cartas de Elizabeth Bishop
Estou lendo este livro de cartas da poeta norte americana Elizabeth Bishop (Uma arte, as cartas de Elizabeth Bishop). Eu o recomendo por mais de uma razão, mas ele tem me irritado tanto, que já intercalei várias outras leituras a esta. Trata-se de um calhamaço de quase oitocentas páginas, recheado de cartas da autora para várias personalidades ligadas à literatura (mas não só), especialmente à norte americana.
Bishop viveu no Brasil por quase vinte anos e chegou a escrever, sob encomenda, um livro sobre o país (que mesmo na época do lançamento ela renegou veementemente!).
Então é muito interessante a gente ler as menções às figuras intelectuais, políticas e sociais da época (entre os anos 50 e 70), segundo os pontos de vista da escritora, que teve contato próximo com essas pessoas.
Mas sobressai da obra uma visão mesquinha do Brasil e um - aparentemente - total desconhecimento da ingerência dos EUA no país e na América Latina.
Nas cartas com menções ao Brasil, tenho me visto, frequentemente, mandando a autora (que já morreu) às favas (ou a lugares piores, rsrs). Para Bishop tudo no país era ruim e mal feito. O brasileiro era tolo e inepto, além de feio... enfim...
Mas fica aí a sugestão de leitura desta obra. Ela contém registros históricos interessantes, apesar da limitada compreensão da autora sobre os temas abordados.
O curioso é que Bishop, tão inteligente, NÃO compreendeu o Brasil. E, a bem da verdade, em muitos aspectos, nem os EUA, país em que nasceu!
16 comentários:
Realmente, somos um povo incompreendido... gostei da parte onde ela nos chama de mimados! Somos e daí? Um bom fim de semana para você!
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Marly,
Que peras lindas!
Às vezes faço com vinho tinto, mas essas, com essa linda cor, ganham em beleza.
Depois que você comentou o livro "Flores raras e banalíssimas"", fiquei curiosa e comprei, para poder lê-lo. Achei a leitura interessante, pelo tema diferente, e pela exposição das picuinhas da política.
Mas não gostei da Elizabeth Bishop, e achei surpreendente ela ter ficado 20 anos no Brasil sem gostar, e sem se adaptar.
Beijos.
que fotos maravilhosas, eu conheço mais as peras claras e vi q o seu blog mesmo no final da postagem já mostra as outras receitas q vc fez com peras de outra cor. fica lindo demais vermelha. nossa, e com framboesa. eu infelizmente tenho visto muitos eventos culturais já que o trabalho está muito escasso. até estou trabalhando, mas distante demais do mínimo necessário. não li essas cartas. li alguns poemas dela, mas de modo avulso. eu estou lendo a biografia do mao q tem quase mil paginas, como é enorme pra levar, leio outros intercalados q eu carro nos transportes públicos e esperas. nossa, ela detestou o brasil, que tem defeitos como todo país, mas eu amo aqui. beijos, pedrita
Não conhecia o livro. Deve ser uma ótima leitura!
Meu Deus! A pera ficou linda!
Marly, que imagem maravilhosa destas peras ao licor...salivei aqui!
Esse país é uma incógnita, se ela pensava naqueles tempos, imagine hoje a leitura que faria diante das aberrações que estamos vendo diariamente.
Abração, amiga!
Olá Marly: gosto imenso de pêras com vinho do Porto e mesmo com vinho normal. Ficam deliciosas! Nunca tinha visto com licor de framboesa. Ficaram lindíssimas e, de certeza, deliciosas.
Gosto pouco das pessoas que falam mal do país que as acolhe. Acho que diz muito sobre o seu carácter. Se não gostava porque viveu aí tanto tempo?
Amiga: ando muito atarefada, pois a minha filha veio cá casar. A data está a aproximar-se e há sempre coisinhas de última hora para tratar, que mal tenho tido tempo de vir ao blog ou de visitar os das amigas.
Bjn
Márcia
OI Marly, gostei muito da receita e fiquei com vontade de fazer.
Em relação ao livro, acho que eu também ficaria com vontade de mandar a escritora para bem longe. O Brasil tem muitos problemas que nós vivemos na pele, mas não gosto de ver gente de fora falando mal daqui.
beijos
Chris
Inventando com a Mamãe / Instagram / Facebook / Pinterest
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Que peras mais apetitosas e coloridas, Marly!
Não gosto de falar de países, que não seja o meu, Portugal. Em todo o lugar há gente boa e má, acertada e idiota. Como é k ela viveu aí 20 anos?
Enfim, ela tb não gostava do país onde nasceu, mas não há países perfeitos.
Beijos e boa primavera!
A Nelinha Borges só diz mentiras sobre Portugal. Inventa, difama e faz filmes em sua mente.
NOS DEIXE EM PAZ, POR FAVOR!
Amei a cor destas peras, é de comer "com os olhos". Sobre a autora, o que mais gostei foi da sua leitura critica que é a forma como me aproprio dos conteudos também, e quando fazemos isso é fácil perceber que muitos autores nunca se preocuparam em conhecer como se deu a formação dos países sobre os quais escreve, isso é triste, pois vemos autores americanos que desconhecem a propria formação de sua nação berço (que se deu de uma forma compreensivel que a do nosso Brasil ou de Portugal) e o pior é que esses autores vendem livros que são lidos por pessoas que não fazem leitura critica e acabam por "aceitar" como "verdade" aquilo que não passa de uma "impressão" sem estudo das causas que levaram a essa realidade. Quando pego um desses para ler também demoro, pois tenho que questionar enormemente cada etapa.
Muita Luz e Paz!
Abraços
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