Encontrei a receita destes deliciosos cookies duplos de chocolate (além
das gotas, eles levam chocolate na massa) no site Food Network. Mas a
modifiquei um pouquinho, por causa dos comentários (se é possível
deixar a receita ainda mais fácil, por que não mudá-la? rsrs). Eles são
fáceis de fazer e ficam muito bons! Só é preciso cuidar para que o forno
esteja realmente aquecido, no momento em que a assadeira é posta dentro dele. Isso é especialmente importante, pelo fato de as bolachas estarem ainda moles, depois de assadas.
Bolachas de Chocolate com
gotas de chocolate (Chocolate Chocolate Chip Cookies)
(receita ligeiramente adaptada
daqui) - receita atualizada, leia as observações no final.
xícara = 240 ml
Ingredientes
2 1/4 de xícaras de farinha de trigo
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de bicarbonato de sódio (coloquei ½ colher de chá de bicarbonato + ½ colher de chá de fermento em pó)
2 tabletes de manteiga (200 gramas no total) amolecida (coloquei ¾ de xícara de óleo de canola)
1 xícara de açúcar granulado (usei 3/4 de xícara)
1 xícara de açúcar mascavo
2 ovos grandes, batidos
1 colher de sopa de essência de baunilha (usei 1colher de chá)
1/2 xícara de cacau em pó, sem açúcar
2 xícaras de gotas de chocolate, ou o equivalente em chocolate meio amargo picado (usei 1 xícara rasa e foi mais do que o suficiente)
2 1/4 de xícaras de farinha de trigo
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de bicarbonato de sódio (coloquei ½ colher de chá de bicarbonato + ½ colher de chá de fermento em pó)
2 tabletes de manteiga (200 gramas no total) amolecida (coloquei ¾ de xícara de óleo de canola)
1 xícara de açúcar granulado (usei 3/4 de xícara)
1 xícara de açúcar mascavo
2 ovos grandes, batidos
1 colher de sopa de essência de baunilha (usei 1colher de chá)
1/2 xícara de cacau em pó, sem açúcar
2 xícaras de gotas de chocolate, ou o equivalente em chocolate meio amargo picado (usei 1 xícara rasa e foi mais do que o suficiente)
1 xícara de nozes picadas (opcional)
Instruções
Preaqueça o forno a 180ºC. Em uma tigela, misture a farinha, o sal e o bicarbonato de sódio. Em outra tigela maior, misture a manteiga, os dois açúcares, os ovos, a baunilha e o cacau. Aos poucos, combine as misturas das duas tigelas até incorporar tudo. Acrescente as gotas de chocolate e as nozes, se as estiver usando, e mexa para distribuir estes ingredientes uniformemente. Tire porções da massa, com uma colher de sopa e distribua-as em assadeiras untadas. Asse as bolachas por cerca de 10 minutos (as bolachas saem do forno ainda moles e ficam mais firmes depois de frias). Tire-as da assadeira, depois de assadas, e deixe que esfriem sobre uma gradinha. Se preferir cortar barrinhas de biscoitos, distribua a massa em uma assadeira untada, de 18 centímetros e leve-a ao forno por 20 a 25 minutos. Corte as barrinhas depois que a massa esfriar.
Atualização em 04.05.2015: Devido às dúvidas que surgiram, vim esclarecer alguns pontos, desta receita:
1) os dois tabletes de manteiga pesam no total 200 gramas (porque cada um deveria pesar 100 gramas: era assim até pouco tempo atrás aqui no Brasil, agora parece que aqui só vendem tabletes de 200 gramas. Mas lá nos EUA, de onde saiu a receita, continuam vendendo o pacote com dois tabletes de 100 gramas, entenderam? rsrs.)
2) Se você preferir, pode substituir a manteiga por 3/4 xícara de óleo; uma coisa ou outra, mas não os dois juntos, certamente!
3) a massa fica firme, por isso os cookies podem ser moldados nas mãos, como bolinhas. Isso é legal para deixá-los todos do mesmo tamanho.
4) Ponha as bolinhas um pouco distantes, pois elas achatam e podem grudar umas nas outras.
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Umas coisinhas sobre o Em busca do tempo perdido, a obra prima
de Marcel Proust
Marcel Proust
Marcel Proust é tido como um dos
maiores escritores do século 20 e como o autor que redefiniu o que chamamos de
ficção. Eu já admiti que sou fã da obra dele. Acho que a
principal razão disso é que Proust falou sobre tudo! Tudo o que ele viveu, viu,
ouviu, leu, as coisas nas quais refletiu: filosofia, arte, música, sociedade,
mundanidade, enfim, tudo, mas tudo mesmo, foi registrado nas páginas de sua obra prima “Em
busca do Tempo Perdido” (À la recherche du temps perdu). E ele fez
isso de forma minuciosa, examinando atentamente tanto as coisas grandes e muito
visíveis, como os vitrais de uma catedral, ou as vestimentas de uma dama,
quanto as que não se veem: os sentimentos, as inclinações, todas as nuances das
emoções e da personalidade humana, sobretudo as más, rsrs. Acredito que em nenhum outro romance a análise
psicológica dos personagens é tão acurada.
Pessoalmente
eu acho muito interessante tomar conhecimento de tanta coisa sobre uma pessoa e
sobre o mundo em que ela viveu, especialmente se ela tem profundos
conhecimentos sobre os temas de que fala, como é o caso de Proust. Sim, a despeito das dúvidas existentes, tomo o personagem narrador da estória pelo próprio escritor. Outra coisa
interessante na obra é a abordagem das mudanças operadas pelo tempo, o conhecimento
gradual das pessoas e a desilusão que geralmente decorre disso.
Também
gostei de perceber que o Marcel do livro valorizava a bondade e as virtudes, o
que não deixa de ser surpreendente, pois, de modo geral, no mundo em que ele circulava
- a alta aristocracia -, essas coisas não tinham a menor importância. Com tudo
isso, porém, compreendo aqueles que estranharam ou rejeitaram a obra.
Sim, foram muitos os que rejeitaram o escritor e a obra, como, por exemplo, Alphonse Daudet, que disse: “Marcel Proust é o
diabo!”. Robert de Montesquiou (que
teria inspirado o personagem 'de Charlus' barão rico, culto, brilhante - e gay, um tanto pervertido, em minha opinião),
afirmou: "isso é uma mistura de litanias e zombarias". Já Lucien
Daudet disse: “Marcel Proust é um inseto atroz”, para citar só estes três.
E
tudo isso porque Proust foi demasiadamente transparente e explícito, até mesmo
com relação aos temas mais cercados de tabus e cuidados, como a
homossexualidade. E no início do século passado!
Alain Delon e Jeremy Irons, no filme 'Um amor de Swann', baseado num do livros da obra
Que fique bem registrado,
aliás, para conhecimento daqueles que não leram o livro, mas o citam, como se
isso comprovasse que o conhecem: o assunto principal deste livro é a
homossexualidade! Isso, pelo menos, foi o que o próprio escritor escreveu a
Louis d’Abulfera (outro amigo aristocrata, um dos que teriam inspirado o personagem 'Saint Loup'): “estou trabalhando num ensaio sobre a nobreza, os
vitrais... e a pederastia, que não será
nada fácil de publicar”.
Acho
que o livro pode até mesmo ser desconcertante, em muitas partes. As descrições
das atividades – digamos – eróticas, de pessoas como, a filha do
Senhor Vinteuil, ou as do barão de Charlus, para dizer o mínimo, devem ter sido
parte da causa das afirmações raivosas, das pessoas que o criticaram. De
qualquer modo, eis aí uma obra que vale a pena ser lida!